Eu quis jogar, quis brincar e acabei me dando muito mal. Não
estava nos meus planos me apaixonar pelo instrumento de meu divertimento.
Era só uma brincadeira, poxa. Era só aquele joguinho de
sedução, no máximo... era só pra ficar. Como eu pude perder o controle de tudo
assim? Como eu fui burra! Bem feito pra mim, quem manda querer brincar com os
outros? Quem manda achar que posso manipular meus sentimentos? Também... culpa
dele! Não era pra ‘cuidar’ de mim, não era pra se preocupar comigo, não era pra
me fazer rir, não era pra me fazer bem... e ele fez!
Ele era tudo aquilo que me faria apaixonar, eu sempre
soube... mas eu achava que controlava. Bonito, interessante, INTELIGENTE,
carinhoso e grosso... pronto, minha corda no pescoço. E agora tô aqui,
enforcada!
Eu sei que nesse jogo só ganha quem sabe jogar melhor... as
vezes o melhor jogador não é o mais sábio... não acho que ele esteja apaixonado
por mim, não é da natureza dele. Eu preciso aprender a jogar, sinto necessidade
disso. Eu não sei qual é a dele, mas eu sei qual é a minha. Acho que isso já é alguma coisa, né? A minha
é levar essa brincadeira a sério, mesmo que eu leve um tombo e rale o joelho...
depois passo merthiolate Hehe...
Eu não ia me perdoar se não fosse ate o fim e soubesse o
final deste livro... ou o começo do 2º livro, né? É uma montanha russa
mesmo...tô olhando pra descida e com aquele frio na barriga...
Se no final eu só for mais uma usada por ele, e dai? A gente
vem ao mundo pra isso mesmo... usar e ser usada! Os patrões nos usam, nós
usamos os empregados, nós usamos o dinheiro pra comprar alimentos e os donos de
supermercados nos usam pra ficarem ricos... enfim, é um usa usa que não acaba
mais. Por que comigo seria diferente? Já fui usada por namorado também... e
confesso que me senti um lixo. Mas hoje aprendi a usar também... é, o futuro a
Deus pertence! Apesar dos medos, dos receios... eu tenho certeza que vai valer
a pena!
